...

TROCA DE ÓLEO

Simples à primeira vista, a troca do óleo é muito mais importante para a vida útil
do motor do que muitos imaginam. Uma lubrificação deficiente pode causar danos ao carro que podem representar um valor alto para 0 conserto.

Deve-se usar aditivo no óleo?

A resposta para essa pergunta, como explica Eduardo Polati, diretor da PowerBurst, empresa de tecnologia de fluidos para competição, é “complexa e polêmica e se trata de uma escolha do usuário”. Isso porque, se for usado óleo do mais alto nível API, o aditivo não se faz necessário. “Em alguns casos, há o aumento da potência em função da redução de atrito promovida por agentes modificadores de fricção contidos nesses aditivos, mas poucos apresentam essa competência”, diz o especialista. Os fabricantes de óleo, por sua vez, não recomendam aditivos. Segundo eles, já há um pacote de aditivo balanceado no óleo, por isso, o uso de aditivos extras pode até comprometer a vida útil do motor.

É preciso trocar o óleo na metade do prazo quando se roda só na cidade?

O tempo para a troca de óleo deve ser reduzido pela metade nos casos de “uso severo”, situação que consta em quase todos os manuais de proprietário. Essa definição aplica-se a motoristas que enfrentam grandes engarrafamentos (com velocidade média inferior a 10 km/h), estradas com muita poeira, barro ou lama, ou quando o veículo roda no máximo 5 km por viagem. “Minha esposa, professora, sai de casa, roda 3,5 km até chegar à escola, fica parada a manhã toda e depois, no fim da tarde, vai para casa, fazendo o percurso inverso. Nesses casos, o motor não atinge a temperatura ideal de trabalho e toda a condensação de água e combustível não queimado vai para o cárter e contamina o óleo, fazendo com que ele tenha a viscosidade reduzida. Isso causa a oxidação e a degradação do lubrificante”, explica Silvio Riolfi Junior, especialista técnico da Chevron Lubrificantes.

Utilizar a marcha lenta por longos períodos também é considerado um fator crítico para a lubrificação, que se torna mais eficiente quanto mais alta for a rotação do motor, ou seja, quando o motorista conseguir desenvolver uma velocidade constante. Na prática, porém, nem sempre as concessionárias exigem que o motorista que roda nessas condições mais críticas faça a troca de óleo na metade do prazo previsto, quando o veículo ainda está sob garantia. Nessa situação, o proprietário pode pedir para que seu caso seja incluído no plano de uso severo.

O filtro precisa ser substituído a cada troca de óleo?

“Trocar óleo e manter o filtro é o mesmo que tomar banho e não trocar de roupa”, diz Riolfi. Apesar de cada veículo ter uma especificação, a recomendação geral é a substituição de óleo e filtro juntos, já que o segundo impede a circulação de impurezas no motor. “Se você comparar a manutenção corretiva com a preventiva, que é substituir o filtro de forma correta, a relação custo-benefício é muito maior. Não trocar o filtro pode comprometer peças que têm um custo elevado se comparadas à economia de economizar no filtro”, afirma Raul Cavalaro, gerente de desenvolvimento de produtos da fabricante de filtros Mann.

O óleo sintético é sempre a melhor opção para o motor?

O custo elevado dos óleos sintéticos (em geral com especificação 0W, 5W e 10W) muitas vezes afasta o usuário, que acaba escolhendo lubrificantes minerais. Os sintéticos, no entanto, são apontados pelos especialistas como melhor opção, até mesmo num popular, pois trazem benefícios de longo prazo, como partidas mais rápidas, economia de combustível, preservação do motor de arranque e bateria, redução do desgaste e aumento da vida útil do motor. Um aspecto, no entanto, merece maior atenção: “Se eu usar um óleo sintético 15W40 no lugar de outro mineral 15W40, não terei qualquer benefício associado ao lubrificante sintético, apenas vou gastar mais na troca. O benefício só é válido no caso de um mineral 15W40 que tenha sido substituído por um sintético 5W40, por exemplo”, diz o especialista Eduardo Polati. Vale lembrar ainda que o ganho de desempenho proporcionado por um lubrificante sintético pode não valer a pena num popular, por exemplo, afinal o sintético custa até cinco vezes mais que um mineral.

Deve-se trocar apenas na quilometragem indicada no manual?

Em alguns casos, é necessário estar atento também ao tempo de uso, mesmo que o carro percorra pequenas distâncias. “No caso da troca do óleo por tempo e não por quilometragem, normalmente sua contaminação e oxidação já estão elevados. Quanto mais ele se oxida, mais cresce sua viscosidade, aumentando o consumo de combustível, perdendo potência, formando vernizes e aumentando emissões”, afirma Riolfi. Em geral, deve-se trocar o óleo após um ano de uso, mesmo que esteja abaixo da quilometragem indicada no manual do proprietário.

Podemos completar o nível com óleo de outra marca?

Não há problema, desde que eles sejam de mesma especificação, mas não vale misturar mineral com sintético. Polati explica que os lubrificantes de mesma especificação de desempenho e viscosidade (leia ao lado) devem obrigatoriamente ser compatíveis. “A mistura de lubrificantes de especificações diferentes, não importando se em níveis de desempenho ou viscosidade, vai alterar essas propriedades. Por exemplo: misturar um 5W40, que é mais fluido na partida a frio do motor, com um 15W40, que é menos fluido na mesma condição, tornará a mistura menos fluida, o que pode significar perda de eficiência, aumento de consumo de combustível e desgaste de motor, motor de partida e bateria”, diz Polati.

A correta lubrificação é fundamental para a saúde e durabilidade do motor. A função do óleo é, com a viscosidade, evitar o atrito entre as peças móveis do motor, garantindo bom funcionamento, sem o aquecimento excessivo e sem desgastes no sistema mecânico. Com o uso do motor, o óleo vai recebendo uma carga de partículas que interferem na viscosidade e em sua eficiência é preciso estar sempre atento ao nível do óleo, que não pode ficar acima da marcação máxima nem abaixo da marcação mínima da vareta. Em carros de passeio o normal é que o carro consuma meio litro a cada mil quilômetros rodados, mas cada fabricante especifica um consumo normal para o seu motor.

Quanto ao tipo de óleo, você pode optar pelo mineral – que deve ser trocado, em média, a cada 5.000 quilômetros rodados – e o sintético – que permite rodar até 10.000l quilômetros a cada troca. Cada marca tem a sua classificação de desempenho (API), que informa o tipo de motor ao qual o óleo se destina (gasolina ou diesel) e o índice de viscosidade (SAE), classificado pela Sociedade de Engenharia Automotiva. (Lembrem-se: verifique o nível de óleo periodicamente com o veiculo frio).

Dicas importantes:

Para escolher o lubrificante correto ao motor de seu carro, consulte sempre o manual do fabricante.

O nível ideal do óleo – entre os dois traços da vareta – é fundamental para o bom funcionamento do motor. Enquanto não chega a hora de trocar, é importante completar desde que não se misture sintético com mineral.

É normal que o óleo ganhe coloração escura à medida do uso, pois recebe partículas do combustível. Este não é, necessariamente, um indicativo para troca. Se na hora da troca o motor estiver quente, o óleo ficará mais fino, escorrendo com mais facilidade. O filtro de óleo, com o uso, vai ficando carregado de sujeira, dificultando a passagem do óleo e ocasionando falhas na lubrificação. Por isso fique atento também às recomendações do fabricante quanto à troca de filtro.

FALE CONOSCO VIA WHATSAPP
© 2024 Lucci Pneus
Desenvolvido pela Agência Mazag